Conheça aqui neste artigo os
detalhes sobre a alimentação e os alimentos na Terra Santa, desde a antiguidade
até os dias de hoje. Um dos maiores dilemas para quem chega em Israel
normalmente é o que comer, afinal um mundo novo se abre diante dos olhos do
visitante, que agora se encontra exatamente na fronteira entre o ocidente e o
oriente. Justamente por sua localização entre três continentes, além de sua
população formada de imigrantes do Mundo inteiro, Israel pode ser um verdadeiro
paraíso gourmet para aqueles que se aventuram na culinária ou apreciam bons
restaurantes.
Após viver em Israel por cerca
de duas décadas, tenho notado que infelizmente o que os turistas que vem em
grupos de caravanas não conhecem é a riquíssima culinária em Israel.
Nas cidade de médio e grande
porte pode-se achar de tudo, desde comida japonesa e ótima qualidade, bem como
churrascarias, pizzarias, comida italiana, suíça, indiana, sul africana,
mexicana, marroquina, romena, turca, egípcia, libanesa, iemenita, etíope,
chinesa, tailandesa, e muito mais. Já perdi a conta de quanta variedade já
experimentei.
Mas para quem já vive aqui a
tanto tempo, não há nada como uma comida israelense típica, se é que isto
existe, uma mistura de temperos do oriente médio, com muita salada, carneiro
assada e húmus a gosto, tudo bem temperado com limão, azeite, pimenta e
azeitonas da região. Mas veja aqui como tudo começo e as precauções que se deve
tomar.
As Raízes nas Escrituras
Sagradas
Para compreender um pouco
sobre a alimentação desde a antiguidade até o dia de hoje, basta lembrarmos de
uns poucos textos que fazem referência a alimentos específicos nas escrituras e
então poderemos compreender que de uma forma geral há muito em comum entre as
refeições nos tempos bíblicos e as típicas refeições que ainda se fazem hoje em
Israel.
A matéria prima
A matéria prima continua sendo
basicamente a mesma através destes milhares anos de história, ainda hoje se
produz na Terra Santa o azeite do tipo sírio, o leite, o vinho, queijos
coalhados, o trigo e o tão famoso húmus, ou seja a pasta de grão-de-bico. Os
temperos também não mudaram muito, o zatar continua presente, o cuminho, a
pimenta e o manjericão, além da mostarda, sal e etc.
Forma de preparo e conserva na
antiguidade
Uma das coisas que mais
diferenciam as épocas são as técnicas, bem como os meios de conservação, pois
não havia geladeira, não haviam trituradores tão automáticos e precisos, não
haviam fornos elétricos e não haviam meios de conservar o alimento nem haviam
corantes artificiais.
Os lugares mais e métodos de
conservação ou preservação do alimento eram poucos, portanto, em sua grande
maioria, os alimentos eram preparados para serem comidos quase imediatamente ao
seu preparo, som exceção de bolos, azeitonas, vinhos e queijos.
Apesar de não haver geladeira,
não é difícil conservar certos alimentos na Terra Santa, visto que muitas casas
se não fossem feitas nas rochas, eram pelo menos feitas de pedra, fato que
mantém a temperatura no interior amena mesmo nas horas mais quentes do dia.
Tradição antiga e superior a
européia
Quero lembrar de não podemos
ignorar o fato de que a civilização no Oriente Médio é muito mais antiga e era
muito mais avançada do que na grande maioria dos povos europeus, e na realidade
foram os judeus, árabes, mouros e persas quem doaram o seu conhecimento da
agricultura e da indústria ao ocidente e não ao contrário, portanto, muitas das
tradições conhecidas hoje como européias na realidade tiveram sua origem nas
cozinhas judaicas, árabes, mouras, fenícias, persas e até mesmo chinesas e
indianas.
É conhecido pelas escrituras
de que havia o cultivo de vinhas e a fabricação de vinho a cerca de 4.000 anos
atrás na região da Terra Santa, porém, segundo pesquisadores, na Europa, os
seres humanos ainda se comportavam como macacos, vivendo sobre árvores para se
defender das feras.
Bolos de Farinhas, Pães
Ázimos, Carne Assada, Carne Cozida e Sopa de Carne.
Em Gênesis 18:8 afirma-se que
Abraão, tendo já reconhecido dentre os três anjos a presença de Deus
ofereceu-Lhe bolos de flor de farinha (farinha fina de favo), um bezerro,
coalhada e leite “e pôs tudo diante deles, ficando ele em pé ao lado deles
debaixo da árvore; e eles comeram”.
Bem agora você pode começar a
compreender que era comum assados, confeitados e até mesmo cozidos, olhe o
texto abaixo:
Entrou, pois, Gideão, preparou
um cabrito e fez, com uma e efa de farinha, bolos ázimos; pôs a carne num cesto
e o caldo numa panela e, trazendo para debaixo do carvalho, lho apresentou. Mas
o anjo de Deus lhe disse: Toma a carne e os bolos ázimos, e põe-nos sobre esta
rocha e derrama-lhes por cima o caldo. E ele assim fez E o anjo do Senhor
estendeu a ponta do cajado que tinha na mão, e tocou a carne e os bolos ázimos;
então subiu fogo da rocha, e consumiu a carne e os bolos ázimos; e o anjo do
Senhor desapareceu-lhe da vista.
Juízes 6:19-21
Note que a forma de servir já
era separada a cerca de 3.500 anos atrás, Gideão serviu bolos
ázimos(provavelmente era na páscoa), a carne separada em um cesto, e o
caldo(dela) em uma panela, ou seja, uma sopa de carne separada.
O anjo muda a forma de servir,
porém, conseguimos concluir como Gideão achava que tinha que servir, pois este
era o costume, servir os alimentos de forma separada, bem como muitas vezes
fazemos ainda hoje.
Peixe assado na brasa
No encontro de Jesus com os
discípulos podemos verificar que era comum entre os Galileus, o que é comum
ainda hoje, comer um peixe assado as margens do Mar da Galiléia, veja o texto
abaixo:
Olhai as minhas mãos e os meus
pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede; porque um espírito não tem carne nem
ossos, como percebeis que eu tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os
pés. Não acreditando eles ainda por causa da alegria, e estando admirados,
perguntou-lhes Jesus: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então lhe deram um
pedaço de peixe assado, o qual ele tomou e comeu diante deles. Lucas 24:39-43
Manteiga e Mel
Podemos ver no texto de Isaías
a dieta do messias: “Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma
virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel. Manteiga e
mel comerá, até que saiba rejeitar o mal e escolher o bem” (Isaías 7:14 e 15)
Pão, muito pão e peixe
Além de todas estas passagens
interessante, podemos notar em muitos textos como os das multiplicações a
variedade de pães, tamanhos e o uso constante do peixe. Uma exploração
arqueológica revelou a pouco tempo de que até mesmo em Jerusalém, que está
distante do mar Mediterrâneo a cerca de 55 quilômetros, foram encontradas
ossadas de peixes que estavam em cozinhas a cerca de 2.000 anos atrás.
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