Conde Serguei Yulyevitch Witte
O Conde Serguei Yulyevitch Witte , também conhecido como
Sergius Witte, foi o grande responsável pela industrialização do Império Russo.
Político moderado, redigiu o Manifesto de Outubro de
1905, que levou o Imperador, o Czar, a
permitir a criação de uma Duma (parlamento) nacional e a existência de partidos
políticos.
O Czar Alexandre III nomeou-o Ministro das Finanças da Rússia e o Czar
Nicolau II elevou-o a presidente do
Conselho de Ministros (primeiro-ministro) do Império Russo.
Witte era visceralmente contra a entrada da Rússia na
Primeira Grande Guerra, já que conhecia a fundo as necessidades dos povos
russos e por isso, foi o único político russo de alto escalão a avisar ao Czar
Nicolau II, cujo Trono já estava balançando, que tanto ele (o Soberano), como a
Rússia e como a Europa, “enfrentariam um longuíssimo período de distúrbios,
turbulências politicas, de miséria, de etc e tal, e que essa guerra mundial não
seria a última no século XX”. Foi ignorado.
Deu no que deu.
O Czar e a Família Imperial assassinados em
Yekaterimburgo, nas encostas dos Montes Urais, a queda da Monarquia, a abolição da Nobreza , a aristocracia
latifundiária e palaciana dizimada, a alta e média burguesias passadas nas
armas, os oficiais do Exército Imperial, com patente de major para cima,
fuzilados em massa, a fundação da URSS - União Soviética, oficialmente União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas - a II Grande Guerra, a Guerra Fria, e
por aí vai.
O Conde Serguei Yulyevitch Witte não chegou a ver que
suas previsões estavam corretas, já que faleceu pouco depois de fazê-las, em 13
de março de 1915; contudo nos deixou uma lição, a nós que observamos do “ângulo
histórico” as crises em nossos dias: a de que certos movimentos são prenúncio
de grandes e incontroláveis crises, numa repetição patética da História da
Humanidade.
Estamos no Brasil vivendo um período semelhante ao da
Rússia do começo do século XX: uma Nação falida, um nacionalismo equivocado,
fedorento, acatingado, sem noção, levando as massas a acreditar no que não há,
não existe, que só existe na propaganda
e no marketing elaborado por pessoas mal-intencionadas, que fazem do ditado
“Mateus, primeiro os meus”, a regra de seu viver.
Estas pessoas – não só são os políticos, mas também
juízes da Suprema Corte, profissionais
liberais, líderes sindicais, industriais, comerciantes, intelectuais de verdade
e de meia tigela, estudantes, gente à toa que vive da bolsa alheia passeando a
pança por aí, etc e tal – por serem oportunistas e muitas vezes incultas, não
se apercebem de que esta comunhão que fazem com os mau intencionados, com os
que deturpam o sentido daquilo que foi
dito por uma outra pessoa (caso Saboia x Dilma), enfim, que são ESPERTOS, é um
verdadeiro tiro no coração, pois a situação, a crise que vivemos é
antropofágica, come os seus participantes.
Nosso ‘Domingo Sangrento’ (22 de janeiro de 1905) - quando manifestantes pacíficos foram
fuzilados pela infantaria, reforçada por
cossacos e hussardos, a mando do Governo Imperial - acontece quase diariamente
no Rio de Janeiro e em São Paulo, basta assistir a qualquer jornal televisivo.
Isso marca o que chamo de Período pré-anárquico, pois
caminhamos a passos largos para a anarquia geral, para o Estado Anárquico, tão
a gosto de Bakunin, porém nefasto para uma Nação em desenvolvimento como o
Brasil.
O que me causa espanto é que os atuais Inquilinos do
Poder são marxistas, apóstolos da Ditadura do Proletariado, mas se esquecem de
que o pensamento anárquico de Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (Bakunine) é exatamente oposto ao Marxismo em seu caráter autoritário, e eles,
eles os governantes, estão levando o Brasil à anarquia.
É duro de ver e de entender.
A falência das Instituições não garante um resultado a
favor de autores e seus incentivadores,
pois como já afirmei, toda revolução – pacífica ou não – é antropofágica, os
autores são comidos por ela.
Já estou velho, mas penso nas gerações futuras que vão
ter que viver em um regime pós anárquico, com matizes variados, que jamais será
uma verdadeira Democracia e onde certamente não haverá a tão decantada
LIBERDADE.
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