sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A Lição do Conde Serguei Yulyevitch Witte ao final da epoca czarista.

                                                     
                                                         Conde Serguei Yulyevitch Witte

O Conde Serguei Yulyevitch Witte , também conhecido como Sergius Witte, foi o grande responsável pela industrialização  do Império Russo.

Político moderado, redigiu o Manifesto de Outubro de 1905, que  levou o Imperador, o Czar, a permitir a criação de uma Duma (parlamento) nacional e a existência de partidos políticos.

O Czar Alexandre III nomeou-o  Ministro das Finanças da Rússia e o Czar Nicolau II elevou-o a  presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) do Império Russo.

Witte era visceralmente contra a entrada da Rússia na Primeira Grande Guerra, já que conhecia a fundo as necessidades dos povos russos e por isso, foi o único político russo de alto escalão a avisar ao Czar Nicolau II, cujo Trono já estava balançando, que tanto ele (o Soberano), como a Rússia e como a Europa, “enfrentariam um longuíssimo período de distúrbios, turbulências politicas, de miséria, de etc e tal, e que essa guerra mundial não seria a última no século XX”. Foi ignorado.

Deu no que deu.

O Czar e a Família Imperial assassinados em Yekaterimburgo, nas encostas dos Montes Urais, a queda da Monarquia,  a abolição da Nobreza , a aristocracia latifundiária e palaciana dizimada, a alta e média burguesias passadas nas armas, os oficiais do Exército Imperial, com patente de major para cima, fuzilados em massa, a fundação da URSS - União Soviética, oficialmente União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - a II Grande Guerra, a Guerra Fria, e por aí vai.

O Conde Serguei Yulyevitch Witte não chegou a ver que suas previsões estavam corretas, já que faleceu pouco depois de fazê-las, em 13 de março de 1915; contudo nos deixou uma lição, a nós que observamos do “ângulo histórico” as crises em nossos dias: a de que certos movimentos são prenúncio de grandes e incontroláveis crises, numa repetição patética da História da Humanidade.

Estamos no Brasil vivendo um período semelhante ao da Rússia do começo do século XX: uma Nação falida, um nacionalismo equivocado, fedorento, acatingado, sem noção, levando as massas a acreditar no que não há, não existe, que só existe na  propaganda e no marketing elaborado por pessoas mal-intencionadas, que fazem do ditado “Mateus, primeiro os meus”, a regra de seu viver.

Estas pessoas – não só são os políticos, mas também juízes da Suprema  Corte, profissionais liberais, líderes sindicais, industriais, comerciantes, intelectuais de verdade e de meia tigela, estudantes, gente à toa que vive da bolsa alheia passeando a pança por aí, etc e tal – por serem oportunistas e muitas vezes incultas, não se apercebem de que esta comunhão que fazem com os mau intencionados, com os que  deturpam o sentido daquilo que foi dito por uma outra pessoa (caso Saboia x Dilma), enfim, que são ESPERTOS, é um verdadeiro tiro no coração, pois a situação, a crise que vivemos é antropofágica, come os seus participantes. 

Nosso ‘Domingo Sangrento’ (22 de janeiro de 1905) -  quando manifestantes pacíficos foram fuzilados pela  infantaria, reforçada por cossacos e hussardos, a mando do Governo Imperial - acontece quase diariamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, basta assistir a qualquer jornal televisivo.

Isso marca o que chamo de Período pré-anárquico, pois caminhamos a passos largos para a anarquia geral, para o Estado Anárquico, tão a gosto de Bakunin, porém nefasto para uma Nação em desenvolvimento como o Brasil.

O que me causa espanto é que os atuais Inquilinos do Poder são marxistas, apóstolos da Ditadura do Proletariado, mas se esquecem de que o pensamento anárquico de Mikhail Aleksandrovitch Bakunin (Bakunine) é  exatamente oposto ao  Marxismo em seu caráter autoritário, e eles, eles os governantes, estão levando o Brasil à anarquia.

É duro de ver e de entender.

A falência das Instituições não garante um resultado a favor de  autores e seus incentivadores, pois como já afirmei, toda revolução – pacífica ou não – é antropofágica, os autores são comidos por ela.


Já estou velho, mas penso nas gerações futuras que vão ter que viver em um regime pós anárquico, com matizes variados, que jamais será uma verdadeira Democracia e onde certamente não haverá a tão decantada LIBERDADE.

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